sexta-feira, 28 de maio de 2010

Picadinho de cobra ou de sapo

LI há pouco, é bem verdade que apenas de passagem, que a candidata petista à Presidência da República, fez um upgrade no visual por causa da sua exposição à TV de alta definição que, segundo o jornalista, é capaz de mostrar até mesmo as marcas da alma...

Engana-se o colega... Se isso fosse realmente possível, teríamos condições de ver, na telinha, pelo menos parte do passado das pessoas. E o que seria percebido, no caso da pessoa em questão, não ajudaria em nada na escolha dos votos...

Mas o povo é cego e a HDTV não mostra. Assim, ainda há quem acredite que um rosto repaginado pode significar também uma repaginação política.

Estamos carecas de saber que não haverá repaginação alguma.

A mamata há de continuar, a corrupção continuará grassando, o Brasil continuará a ser visto como a Terra do Carnaval, do Futebol e da Cachaça (ainda mais depois que o atual presidente, Molusc o da Silva, em nenhum momento se esforçou para demonstrar que não pode ser ligado à Mardita – não seria o primeiro, Jânio pelo menos assumia abertamente seu gosto pela branquinha).

Daí, dessa constatação da imutabilidade das coisas, surge um outro problema: depois de oito anos chafurdando nos muitos lodos que vimos, parece-nos que o povo – em geral – acabou por se acostumar ao mau cheiro. E até tem medo de mudar de ares, de assumir uma atmosfera outra que não seja esta mesma, carregada de metano e de etanol. Então, aparvalhados, notamos que pessoas que até 2002 lutavam ferrenhamente contra uma transição petista, hoje estão em dúvida... Será que vale a pena mudar?

Se pensarmos comparativamente, reforçaremos essa dúvida.

Entre picolé de chuchu, pastel de vento e picadinho de cobra criada, haverá, sem dúvida nenhuma, uma forte tendência para este último, pois pelo menos tem tempero.

Em resumo, mais uma vez estamos à mercê de uma terrível falta de líderes, de ícones políticos. E não me venha dizer que é culpa dos “anos de chumbo”, dos militares e etc.... De 1984 para cá houve mais do que tempo para correções de rota e para que se criassem novas lideranças.

Há, isso sim, um profundo desprezo nesse sentido, uma indolência quase inacreditável no que diz respeito a se ensinar aos jovens o que é política e como ela deve ser praticada, honesta e corretamente.

A eleição se aproxima. Vamos torcer para que algo aconteça com o nosso povo e que venha a iluminar nossa percepção, fazendo c om que consigamos escolher o mais sabiamente possível a pessoa que vai dirigir este país.

Desta feita, podemos desde já excluir do cardápio o picolé de chuchu. Mas temos de acrescentar algo bedm pior: maniçoba sem sal e feita por sabe-se lá quem. O veneno pode estar ali, podem não ter cuidado direito das folhas de mandioca braba.

E quanto ao picadinho de cobra, mesmo disfarçado de Boeuf à bourgignone, Jamais deixará de ser nada mais do que isso, em sua essência: picadinho de cobra.

Melhor do que antes? Talvez seja... O povo vem comendo sapo ensopado há oito anos!


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